sábado, 5 de fevereiro de 2022

Esboço para pregação com o tema: ESPERANÇA EM DEUS


TEMA: ESPERANÇA EM DEUS

LEITURA: ROMANOS 5:1-5; 1 PEDRO 1:3;

Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Romanos 5:1-5

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,

1 Pedro 1:3


INTRODUÇÃO: A mensagem Carta ao Romanos foi redigida por Paulo no ano 57 d. C. e teve como área geográfica de exposição “desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico” e prossegue dizendo que sente ter concluído a sua missão naquela vasta região. Agora ele planeja ir à Espanha, e visitar a igreja romana no caminho. (Romanos 15:19)

Homens como: Agostinho, Lutero, Wesley e outros, tiveram um contato e uma experiência divina ao terem acesso ao conteúdo da Epistola de Romanos, não uma experiência qualquer, mas a experiência da conversão para a salvação, o conhecimento que produziu a esperança. Em uma escala menor, coisas semelhantes podem acontecer conosco, se permitirmos que as palavras desta Epístola cheguem vivas às nossas mentes e aos nossos corações, pelo poder do Espírito Santo.

DEFINIÇÃO: O termo esperança, em grego, elpis, designava a atitude de quem espera ou aguarda qualquer acontecimento, alegre ou triste, feliz ou infeliz

Em Hebraico Os substantivos miqweh (Jr 14.8; 17.13; 50.7) e tiqwah esperança (Sl 71.5; 9.19; 62.6; Jr 31.17) tem como sentido esperar, aguardar ansiosamente

E para o cristão a expressão máxima está relacionada a sua fé.


Quatro verdades que podemos encontrar ao estudar Romanos 5: 

1) Temos paz com Deus, 1;
2) Temos acesso à sua graça, 2;
3) Temos alegria na esperança da glória, 2;
4) Seremos salvos por meio da sua vida, 9-11.

DESENVOLVIMENTO:

5:1 – a)  Ao tratar da excelência da doutrina da Justificação, Paulo aborda que ela deve ser concretizada através da ação da Fé (Esperança).

E a doutrina da Justificação é tão extraordinária que, ao realizarmos uma análise minuciosa nos escritos de Paulo, identificamos que ela não trata apenas sobre perdão e absolvição da culpa do pecado; ela também traz dentro de si a esperança da glória de Deus e a promessa da salvação final (9-10);

Paulo descreve com precisão que a justificação produz a instante vontade do início de um progresso moral (Santificação) para “termos paz com Deus”, mas a ênfase desta passagem é a glória futura e a salvação final daqueles que continuam em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (O motivo da nossa esperança).

O teólogo Godet levantou o seguinte questionamento a respeito do ensino desta doutrina:

Paulo volta a sua atenção para o futuro que se abre para a alma justificada. O seu objetivo não está em uma posição final: há uma sucessão de tentações e lutas à sua espera. Este estado de justificação será suficiente para mantê-la, até que ela possa chegar à salvação final? A apreensão da ira divina existe nas profundezas do coração humano. Uma transgressão é o bastante para reavivá-la. Qual justificado não fará, de vez em quando, a ansiosa pergunta: Será que a sentença pela qual a minha fé me foi imputada para justiça ainda será válida no julgamento? E no dia da ira (v. 9), será que esta salvação pela graça, na qual eu me alegro agora, ainda existirá? E todos tememos esta resposta”

b) Justificar é ter um motivo plausível para se ver livre de uma determinada obrigação.

Por exemplo, O aluno faltou a aula com a apresentação de um atestado médico que justificou a sua ausência, logo o aluno obteve a autorização de um órgão competente para isentá-lo da obrigação de assistir á aula daquele dia.

Portanto identificam-se como sendo:

O Justificador: Jesus
A causa da Justificativa: Sua morte / sacrifício
A quem está sendo justificado (por quem foi preferido a sentença?): Deus
Obrigação / condenação: A morte Eterna em detrimento ao pecado original;
Ação de escopo: A fé
Tempo de ação ou data da aplicação da sentença final: Futura, aguardada através da esperança.  

Por isto Paulo Aconselha: “Vamos conservar ou aproveitar a paz com Deus que obtivemos por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.

5-2) “Temos entrada” Quando um condenado vai a julgamento, geralmente ele não comparece só perante o tribunal, ele está acompanhando de Advogado (seja contratado ou fornecido pelo estado) O Advogado não tem apenas o papel de interlocutor ou representante, ele é qualificado para estar ali, dependo do grau de representação, ele se qualificou em uma Universidade, realizou a sua dura inscrição na OAB, quando necessário realiza uma especialização, logo o réu se ver representado e com direito a entrada diante do corpo do Júri.

Logo, Cristo é o “introdutor” que torna o justificado, digno a absolvição em um julgamento justo, e o introduz a entrada da liberdade, paz com Deus, a sua Graça;

Está ação produz firmeza (confiança) , Calvino comenta: “A razão, não apenas para o surgimento da esperança da vida que há de vir, mas também para a nossa ousadia em participar dela, é a que temos no alicerce seguro da graça de Deus.

Neste contexto, observa-se que a esperança produz, alívio, alegria, sentimento de inocência e falta de culpa, abandono do pecado, e o aguardo nas promessas de Deus.

 

5-3) No entanto Paulo ressalta pelo menos algumas verdades.

1º) A esperança não nos priva de uma vida de sofrimentos e dificuldades;
2º) A esperança não alivia a dor das nossas batalhas terrenas;
3º) A esperança separa cristãos imaturos de cristãos verdadeiros;
4º) A esperança nos molda ao interesse de Deus;
5º) A esperança será usada por Deus, para tornar cristãos seres humanos melhores.

Pois qual cristão há de confessar ter esperança em Deus, se murmurar das tribulações ou alegar não suportá-las?

Qual cristão alegará ter esperança em Deus, sendo impaciente, ansioso ou desconfiado da provisão divina?

Qual cristão creditará sua infantilidade diante das agruras da vida, queixando-se da ausência do dom de Deus?

5-4) Paulo é sincero e não omisso ao dizer que: a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.

Ressalta-se que está registrado :

“no mundo tereis aflições João 16:33
“aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”.
Mateus 24:13

É difícil terminar uma atividade, principalmente que requeira a vida inteira, mas será que não vale a pena servir a Deus durante nossa expectativa de vida neste mundo, e após receber suas recompensas ETERNAS?

Como temos a esperança de sentir a glória de Deus, vamos também nos gloriar nas tribulações. Longe de sermos destruídos por estas experiências, elas deveriam fortalecer a nossa esperança. Quando aceitamos o acontecimento destas tribulações, elas resultam em paciência, e em uma força ou perseverança disciplinada. A tolerância alegre e pacientemente traz a experiência, isto é, testa e fortalece o caráter, que por sua vez torna possível que tenhamos uma esperança mais vigorosa do que aquela que poderíamos ter de outra maneira.

5-5) a esperança não traz confusão  “não engana”, “não é ilusória”.

não temos medo de ser desapontados - “porque o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. “Nós esperamos receber a glória de Deus, porque já recebemos o amor de Deus. A esperança é, assim, mais do que esperança; é a esperança que já começa a se realizar”.236 O amor de Deus (he agape tou theou) não é o nosso amor por Deus, mas sim o amor de Deus por nós (cf. 1 Jo 4.10,16). Mas este amor não é simplesmente um fato que reconhecemos a respeito de Deus. E a realidade de Deus “derramada em nosso coração”. Como a natureza do próprio Deus é agape, ao nos dar agape Ele compartilha conosco uma parte da sua própria natureza. É neste ponto que o conceito da justificação “entra na esfera da experiência moral”.

1) A esperança de fornece, certeza esclarecimento, entendimento, discernimento.
2) A esperança Confirma o Amor de Deus por você.
3) A esperança permite que você experimente nas entranhas do seu ser espiritual a ação do amor de Deus.
4) A esperança lhe ajuda a manter um relacionamento direto e contínuo com o Espírito Santo de Deus

 

Lembre-se sempre de trazer a memória somente aquilo que possa lhe trazer algum tipo de esperança; Lamentações 3:21

 

 

 

 

CONCLUSÃO:

A esperança é sem dúvida uma das três virtudes teologais, conforme é possível comprovar em 1 Coríntios 13:13: "Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor."

Também é possível verificar que a esperança está relacionada com a fé, de acordo com Hebreus 11:1: "Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos."

Em Jeremias 29:11, podemos ver que Deus quer que o Seu povo tenha esperança: "Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro."

Para um cristão, ter esperança é saber que apesar das dificuldades que o cristão enfrenta nesta vida, que o melhor ainda está por vir.

Em resumo, a esperança será para os dias finais o Sentimento que levará o cristão a olhar para o futuro, considerando-o portador de condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta pela vida e os sofrimentos que são enfrentados como contingências passageiras na marcha para um fim mais alto e de maior valor, será a virtude sobrenatural, que levará o cristão a desejar a Deus como bem supremo.

Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo. Romanos 15:13 

 Por César Gabriel Calazans da Silva

Matozinhos 05/02/2022