TEMA: ESPERANÇA EM DEUS
LEITURA: ROMANOS 5:1-5; 1 PEDRO 1:3;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Romanos 5:1-5
1 Pedro 1:3
INTRODUÇÃO: A
mensagem Carta ao Romanos foi redigida por Paulo no ano 57 d. C. e teve como
área geográfica de exposição “desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico” e
prossegue dizendo que sente ter concluído a sua missão naquela vasta região.
Agora ele planeja ir à Espanha, e visitar a igreja romana no caminho. (Romanos
15:19)
Homens como: Agostinho,
Lutero, Wesley e outros, tiveram um contato e uma experiência divina ao terem
acesso ao conteúdo da Epistola de Romanos, não uma experiência qualquer, mas a
experiência da conversão para a salvação, o conhecimento que produziu a esperança. Em uma escala menor, coisas
semelhantes podem acontecer conosco, se permitirmos que as palavras desta
Epístola cheguem vivas às nossas mentes e aos nossos corações, pelo poder do
Espírito Santo.
DEFINIÇÃO: O termo esperança, em grego, elpis, designava a atitude de quem espera ou
aguarda qualquer acontecimento, alegre ou triste, feliz ou infeliz
Em Hebraico Os substantivos miqweh (Jr 14.8; 17.13; 50.7) e tiqwah esperança (Sl 71.5; 9.19; 62.6; Jr 31.17) tem como
sentido esperar, aguardar ansiosamente
E para
o cristão a expressão máxima está relacionada a sua fé.
Quatro verdades que podemos encontrar ao estudar Romanos 5:
1) Temos paz com Deus, 1;
2) Temos acesso à sua graça, 2;
3) Temos alegria na esperança da glória, 2;
4) Seremos salvos por meio da sua vida, 9-11.
DESENVOLVIMENTO:
5:1 – a) Ao tratar da excelência da doutrina da
Justificação, Paulo aborda que ela deve ser concretizada através da ação da Fé
(Esperança).
E a doutrina da
Justificação é tão extraordinária que, ao realizarmos uma análise minuciosa nos
escritos de Paulo, identificamos que ela não trata apenas sobre perdão e
absolvição da culpa do pecado; ela
também traz dentro de si a esperança da glória de Deus e a promessa da salvação
final (9-10);
Paulo descreve com
precisão que a justificação produz a instante vontade do início de um progresso
moral (Santificação) para “termos paz
com Deus”, mas a ênfase desta passagem é a glória futura e a salvação final
daqueles que continuam em paz com
Deus por nosso Senhor Jesus Cristo (O motivo da nossa esperança).
O teólogo Godet
levantou o seguinte questionamento a respeito do ensino desta doutrina:
Paulo volta a sua atenção para o futuro que se abre para a alma
justificada. O seu objetivo não está em uma posição final: há uma sucessão
de tentações e lutas à sua espera. Este estado de justificação será
suficiente para mantê-la, até que ela possa chegar à salvação final? A
apreensão da ira divina existe nas profundezas do coração humano. Uma
transgressão é o bastante para reavivá-la. Qual justificado não fará, de vez em
quando, a ansiosa pergunta: Será que a sentença pela qual a minha fé me foi
imputada para justiça ainda será válida no julgamento? E no dia da ira (v.
9), será que esta salvação pela graça, na qual eu me alegro agora, ainda
existirá? E todos tememos esta resposta”
b) Justificar é ter um motivo plausível para se ver livre
de uma determinada obrigação.
Por exemplo, O aluno
faltou a aula com a apresentação de um atestado médico que justificou a sua
ausência, logo o aluno obteve a autorização de um órgão competente para
isentá-lo da obrigação de assistir á aula daquele dia.
Portanto identificam-se
como sendo:
O Justificador: Jesus
A causa da Justificativa: Sua morte / sacrifício
A quem está sendo justificado (por quem foi preferido a sentença?): Deus
Obrigação / condenação: A morte Eterna em detrimento ao pecado original;
Ação de escopo: A fé
Tempo de ação ou data da aplicação da sentença final: Futura, aguardada através
da esperança.
Por isto Paulo
Aconselha: “Vamos conservar ou aproveitar a paz com Deus que obtivemos por meio
de nosso Senhor Jesus Cristo”.
5-2) “Temos entrada” Quando um condenado vai
a julgamento, geralmente ele não comparece só perante o tribunal, ele está
acompanhando de Advogado (seja contratado ou fornecido pelo estado) O Advogado
não tem apenas o papel de interlocutor ou representante, ele é qualificado para
estar ali, dependo do grau de representação, ele se qualificou em uma Universidade,
realizou a sua dura inscrição na OAB, quando necessário realiza uma
especialização, logo o réu se ver representado e com direito a entrada diante
do corpo do Júri.
Logo, Cristo é o “introdutor”
que torna o justificado, digno a absolvição em um julgamento justo, e o
introduz a entrada da liberdade, paz com Deus, a sua Graça;
Está ação produz firmeza (confiança) , Calvino comenta:
“A razão, não apenas para o surgimento da esperança da vida que há de vir, mas
também para a nossa ousadia em participar dela, é a que temos no alicerce
seguro da graça de Deus.
Neste contexto,
observa-se que a esperança produz, alívio, alegria, sentimento de inocência e
falta de culpa, abandono do pecado, e o aguardo nas promessas de Deus.
5-3) No entanto Paulo
ressalta pelo menos algumas verdades.
1º) A esperança não nos priva de uma vida de
sofrimentos e dificuldades;
2º) A esperança não alivia a dor das nossas batalhas terrenas;
3º) A esperança separa cristãos imaturos de cristãos verdadeiros;
4º) A esperança nos molda ao interesse de Deus;
5º) A esperança será usada por Deus, para tornar cristãos seres humanos
melhores.
Pois qual cristão há de confessar ter esperança
em Deus, se murmurar das tribulações
ou alegar não suportá-las?
Qual cristão alegará
ter esperança em Deus, sendo impaciente,
ansioso ou desconfiado da provisão divina?
Qual cristão creditará
sua infantilidade diante das agruras da vida, queixando-se da ausência
do dom de Deus?
5-4) Paulo
é sincero e não omisso ao dizer que: a tribulação produz a paciência, E a
paciência a experiência, e a experiência a esperança.
Ressalta-se que está registrado :
“no mundo tereis aflições” João 16:33
“aquele que perseverar até ao fim, esse será
salvo”. Mateus 24:13
É difícil
terminar uma atividade, principalmente que requeira a vida inteira, mas será
que não vale a pena servir a Deus durante nossa expectativa de vida neste
mundo, e após receber suas recompensas ETERNAS?
Como temos a esperança de sentir a glória de Deus, vamos
também nos gloriar nas tribulações. Longe de sermos destruídos por estas
experiências, elas deveriam fortalecer a nossa esperança. Quando aceitamos o
acontecimento destas tribulações, elas resultam em paciência, e em uma força ou
perseverança disciplinada. A tolerância alegre e pacientemente traz a
experiência, isto é, testa e fortalece o caráter, que por sua vez torna
possível que tenhamos uma esperança mais vigorosa do que aquela que poderíamos
ter de outra maneira.
5-5) a esperança não traz confusão “não engana”, “não é ilusória”.
não temos medo de ser
desapontados - “porque o amor de Deus foi derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo que nos foi dado”. “Nós esperamos receber a glória de Deus, porque
já recebemos o amor de Deus. A esperança é, assim, mais do que esperança; é a
esperança que já começa a se realizar”.236 O amor de Deus (he agape tou theou)
não é o nosso amor por Deus, mas sim o amor de Deus por nós (cf. 1 Jo 4.10,16).
Mas este amor não é simplesmente um fato que reconhecemos a respeito de Deus. E
a realidade de Deus “derramada em nosso coração”. Como a natureza do próprio
Deus é agape, ao nos dar agape Ele compartilha conosco uma parte da sua própria
natureza. É neste ponto que o conceito da justificação “entra na esfera da
experiência moral”.
1) A
esperança de fornece, certeza esclarecimento, entendimento, discernimento.
2) A esperança Confirma o Amor de Deus por você.
3) A esperança permite que você experimente nas entranhas do seu ser espiritual
a ação do amor de Deus.
4) A esperança lhe ajuda a manter um relacionamento direto e contínuo com o
Espírito Santo de Deus
Lembre-se sempre de trazer a memória somente aquilo que possa
lhe trazer algum tipo de esperança; Lamentações 3:21
CONCLUSÃO:
A esperança é sem dúvida uma das três virtudes
teologais, conforme é possível comprovar em 1 Coríntios 13:13: "Assim,
permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém,
é o amor."
Também é
possível verificar que a esperança está relacionada com a fé, de acordo com
Hebreus 11:1: "Ora, a fé é a
certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos."
Em Jeremias
29:11, podemos ver que Deus quer que o Seu povo tenha esperança: "Porque
sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de
fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um
futuro."
Para um
cristão, ter esperança é saber que apesar das dificuldades que o cristão
enfrenta nesta vida, que o melhor ainda está por vir.
Em resumo, a esperança será para os dias finais
o Sentimento
que levará o cristão a olhar para o futuro, considerando-o portador de
condições melhores que as oferecidas pelo presente, de tal sorte que a luta
pela vida e os sofrimentos que são enfrentados como contingências passageiras
na marcha para um fim mais alto e de maior valor, será a virtude
sobrenatural, que levará o cristão a desejar a Deus como bem supremo.
Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na
vossa fé, para que abundeis na esperança pelo poder do Espírito Santo.
Romanos 15:13
Por César Gabriel Calazans da Silva
Matozinhos 05/02/2022
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